Spitback: o que é e como resolvê-lo

Publicado:

Tempo de leitura: 4 minutos

O termo Spitback é uma palavra americana cuja tradução literalmente significa “cuspir de volta”. O processo ocorre quando aparelho é acionado e gotículas de líquido quente são lançadas em direção aos lábios, atingindo a boca e a língua, como o próprio nome já diz.

Apesar de parecer simples, as causas são variadas e as soluções também.

Recapitulando o processo de vaporar

Nomeando os itens necessários para um cigarro eletrônico funcionar, temos: uma fonte de energia (bateria interna ou pilha), o atomizador ou cartucho (dentro há uma bobina de metal com um algodão, além de reservatório e bocal) e o líquido que será consumido.

Apesar de todos funcionarem da mesma forma, a experiência é bastante diferente entre modelos, sendo definida por 4 fatores principais, alguns que possuem relações entre si: o design (tamanho, peso, ergonomia), a potência (aerosol mais quente ou frio), o tipo de tragada (mais aberta ou fechada) e a concentração de nicotina do líquido (mais próximo ou mais distante do cigarro).

Apesar disso, o mercado pode ser dividido em dois tipos diferentes de tragadas, o que define o resto da experiência: a tragada aberta e direta e a tragada fechada e indireta.

Temos neste link um vídeo que fala sobre os tipos de tragada no vaping e também este artigo completo aqui em nosso site.

O que pode causar spitback

O spitback pode ocorrer quando existe muito líquido na resistência, quando comumente é dito que ela está “inundada”. Neste caso o sistema não consegue dar conta de vaporizar todo o material presente e acaba transformando apenas parte do líquido em vapor, sendo a outra parte carregada ainda em forma líquida (e quente) para cima em direção à boca.

Outra causa é a condensação do vapor na lateral interna do canal de ar da drip tip (ponteira) que acumula líquido. Ao inalar o vapor acaba-se puxando também este acúmulo. A sensação é um pouco diferente do spitback que ocorre com ela inundada, pois aqui é sentido o líquido na boca, mas ele não vem quente.

Existe também a possibilidade de superaquecimento, quando a resistência aumenta tão rápido de temperatura que mesmo não estando inundada, ela acaba “fritando” o líquido e lançando gotículas aquecidas para a boca.

Esses problemas podem ter relação com a eficiência do sistema de aquecimento, posicionamento da resistência ou do algodão, até a capacidade capilar de alimentar a bobinas de forma correta. Infelizmente há muitas coisas que contribuem para causar o spitback, veremos cada caso a seguir.

Atomizador

Apesar de raro, existiram casos de modelos com problemas crônicos de fábrica, erros de projeto e design, que necessitam de uma instalação específica da resistência e algodão para contornar o problema. A melhor forma de identificar o caso é fazer uma pesquisa na internet por relatos de proprietários.

A resistência tem hot-spots

As bobinas de metal são sujeitas a hot-spots ou “pontos quentes” que são pontos concentrados de calor quando não há um aquecimento adequado e uniforme. Quando isso ocorre, um pequeno pedaço da resistência fica incandescente antes de todo o resto, causando superaquecimento naquele ponto.

Para corrigir o problema é preciso realizar o dry burn ou “queima seca”, acionando o aparelho e aquecendo a bobina sem algodão nem líquido, para retirar qualquer ponto de superaquecimento. Escovar o metal com uma pinça ajuda nesse procedimento.

Instalação do algodão

Se utilizar pouco algodão o sistema poderá não ter capilaridade suficiente para levar o líquido até a resistência de forma efetiva. Se usar algodão demais poderá entupir os canais de juice e não levar líquido o suficiente. O equilíbrio é fundamental. Cada atomizador possui particularidades.

Você está usando muita potência

Alguns atomizadores possuem um limite de potência definido pelo seu design, por melhor que seja a instalação da resistência ou algodão. Diminuindo a potência do mod é possível solucionar o spitback.

É preciso mais airflow e/ou é preciso aumentar a tragada

Quando o aparelho é acionado e ocorre a tragada, o ar passa pela resistência normalmente pela parte inferior, mas em alguns modelos pela parte lateral. Neste processo, ao mesmo tempo que o ar transporta o vapor para a boca, ele também acaba resfriando a bobina. Se houver pouco ar passando pela resistência pode haver superaquecimento e spitback. Puxar o ar de forma mais forte e/ou abrir o controle de ar podem resolver.

Muito líquido na resistência

Às vezes o algodão e a resistência ficam inundados. Isso normalmente ocorre quando há muito líquido diretamente na resistência ou quando o atomizador é abastecido e ocorre um excesso de absorção do líquido. Normalmente isso se resolve após algumas vaporadas ou pode-se assoprar o atomizador para se livrar do excesso, nestes casos o líquido que está sobrando irá vazar pelo controle de ar.

Composição do líquido

Os líquidos são feitos de uma combinação de propilenoglicol (pouco viscoso) e glicerina (muito viscosa). Dependendo do percentual de cada componente o resultado final pode ser muito ou pouco denso, o que irá ajudar ou atrapalhar na absorção do líquido pelo algodão e talvez causar spitback.

Alguns atomizadores, principalmente mais antigos, não lidam bem com líquidos muito viscosos e podem não apenas causar o spitback como também dry-hits, que é a queima do algodão por falta de líquido, podendo criar compostos cancerígenos.

Atualmente o mercado de líquidos tem adotado percentuais de 70% de Glicerina e 30% de Propilenoglicol, porém existem líquidos com percentuais 50/50.

Se estiver usando um líquido pouco viscoso, tente trocar por um mais denso.

Na dúvida, é preciso refazer tudo

O sistema de bobina e algodão dentro dos atomizadores é muito pequeno e às vezes questões quase microscópicas podem criar resultados indesejados. É possível resolver o problemas apenas refazendo tudo, desmontando o atomizador, limpando e fazendo novamente a instalação da resistência e algodão.

Se mesmo assim o problema persistir, existe ainda uma última opção de utilizar uma drip tip (ponteira) mais larga, que faça com que o líquido condensado na parte interna acabe caindo de volta para a base do atomizador pela maior largura ou ainda um modelo que seja anti spitback, que normalmente possuem uma proteção em formato de tela instalada dentro do acessório.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Outros artigos

O emblemático caso de sucesso do Japão na redução de danos do tabagismo

País vem inovando nas decisões sobre produtos de risco reduzido e colhem a maior queda nas vendas de cigarros já vista em um grande mercado.

Estudo revela maior aceitação de cigarros eletrônicos descartáveis entre adultos fumantes nos EUA

Em contrapartida, o interesse por vaporizadores foi bem menor entre os ex-fumantes e não fumantes.

Massachusetts nos EUA proibiu sabores no vaping e agora amarga um grande mercado ilegal

Em 3 anos o aumento nas apreensões foi de 2.900% e o governo está com dificuldade em estocar o material confiscado.

Participação da indústria tabagista no mercado vaping cai para quase 20% após saída da Altria da empresa Juul

O argumento de que "cigarros eletrônicos são da indústria tabagista" nunca foi tão falso.

De acordo com o diretor do FDA nos EUA “não há epidemia de uso de cigarros eletrônicos entre os jovens”

Entrevistado por representantes de consumidores de cigarros eletrônicos, o epidemiologista falou sobre desinformação, percepção de riscos e o tabagismo entre jovens americanos.

Nicotina não causa grandes males à saúde

Compilação de dezenas de pesquisas científicas, material acadêmico e revisão de diversos profissionais de saúde e especialistas no campo de controle do tabaco e redução de danos do tabagismo.

Newsletter

- Receba notícias em seu email

- Não compartilhamos emails com terceiros

- Cancele quando quiser

Últimas notícias

Facebook e Instagram estão censurando a Redução de Danos no Brasil

Plataformas estão bloqueando ou limitando páginas e grupos que apenas falam sobre o assunto cigarros eletrônicos.

Portal de notícias anti-vaping ataca cigarros eletrônicos, mas defende produtos da indústria tabagista

O portal O Joio e O Trigo defende tabaco aquecido, produto da indústria tabagista, ao atacar os cigarros eletrônicos.

Estudo que alegava diagnóstico de câncer mais cedo em consumidores de cigarros eletrônicos é retratado

Mídia brasileira fez grande divulgação de estudo com qualidade tão ruim que precisou ser retratado pelo Jornal Mundial de Oncologia.

Governo de São Paulo divulga FAKE NEWS sobre cigarros eletrônicos em suas redes sociais

Publicação em dois perfis oficiais do Gov. de SP apresenta informações falsas sobre cigarros eletrônicos.

Por que EUA, Nova Zelândia e outros 77 países liberaram cigarros eletrônicos e vapes?

Olhar para a experiência internacional ressalta a importância da regulamentação para garantir o controle e a destinação adequada de vapes.