Mesmo com 81% de impostos, cigarros dão prejuízo ao Brasil

Publicado:

Tempo de leitura: 2 minutos

O Brasil é um dos países que apostam na super-taxação de produtos derivados do tabaco como estratégia para combate ao tabagismo, cuja lógica é dificultar o acesso e assim evitar seu consumo.

Infelizmente vários países já apostaram em soluções similares que nem sempre apresentam resultados satisfatórios, pois este tipo de opção acaba por muitas vezes criando um ambiente propício para o contrabando e o mercado ilegal, que é exatamente o que ocorre no Brasil. Se tratando ainda de um produto que vicia, o consumidor não deixa de comprá-lo só porque ele está caro e quando não consegue pagar o preço do produto regulamentado, acaba recorrendo ao produto ilegal.

Os cigarros possuem uma taxação de 80.42% e para colocar em perspectiva, um maço ou carteira contendo 20 cigarros de uma marca conhecida, custa R$ 9,50 e tem um total de R$ 7,64 em impostos, sendo apenas R$ 1,86 de lucro para o fabricante. Isso contribui para criar um mercado ilegal que representa mais de 50% do produto consumido no Brasil. Isso mesmo, mais da metade dos cigarros comercializados no país são contrabandeados e não pagam nenhum imposto.

O resultado final deste cenário é um prejuízo para o país de quase R$ 60 bilhões anuais. Ao mesmo tempo que o recolhimento de imposto é falho, os danos à saúde são reais e presentes. Desse total quase R$ 40 bilhões são gastos com despesas médicas e outros R$ 20 bilhões com custos indiretos ligados à perda de produtividade, causada por incapacitação de trabalhadores ou morte prematura. A arrecadação de impostos com a venda de cigarros no país é de pouco menos de R$ 13 bilhões, o que gera saldo negativo de praticamente R$ 47 bilhões por ano, dados levantados pelo estudo “Tabagismo no Brasil: Morte, Doença e Política de Preços e Esforços”, feito com base em dados de 2015.

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é a enfermidade relacionada ao tabagismo que mais gerou gastos para os sistemas público e privado de saúde em 2015, com R$ 16 bilhões. Doenças cardíacas vêm em segundo lugar, com custo de R$ 10,3 bilhões. Também entraram no levantamento o tabagismo passivo; cânceres diversos, entre os quais o de pulmão; acidente vascular cerebral (AVC) e pneumonia.

Em 2015, morreram no país 256.216 pessoas por causas relacionadas ao tabaco, o que representa 12,6% dos óbitos de pessoas com mais de 35 anos. O estudo informa ainda que, desse total, 35 mil foram vítimas de doenças cardíacas e 31 mil de DPOC. O câncer de pulmão é o quarto motivo de morte relacionado ao tabagismo, com 23.762 casos. O fumo passivo foi a causa de morte de 17.972 pessoas.

Com o comércio dos cigarros eletrônicos proibido desde 2009 pela RDC 46/2009 da Anvisa, nós perdemos uma possível alternativa ao tabagismo que poderia fomentar um mercado gerador de impostos, cujos produtos não teriam o mesmo problema de falsificação que os cigarros enfrentam, além de serem menos prejudiciais, deixando de gerar bilhões em custos de saúde ao governo e à sociedade.

Outros artigos

Manifestação a favor da regulamentação dos cigarros eletrônicos ocorre nesta sexta-feira em Brasília

Consumidores foram convocados a se concentrarem na frente do prédio da ANVISA a partir das 9h de sexta-feira (1º)

A desinformação sobre os cigarros eletrônicos faz vítimas reais

O estigma contra os produtos e consumidores vem causando danos graves na vida das pessoas.

Globo compartilha informações falsas em editorial que faz campanha contra cigarros eletrônicos

Contra seu próprio princípio editorial de isenção, Globo toma partido contra a regulamentação do vape no Brasil, usando informações falsas para causar pânico moral.

Apoiar a proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil é apoiar o terrorismo

Cidadão Sírio que morou em Belo Horizonte financiou ações terroristas graças ao contrabando de cigarros eletrônicos no Brasil.

COP10 é cancelada em meio a acusações de censura, controvérsias e protestos no Panamá

Evento da OMS criticado por não permitir acesso a interessados contrários aos temas foi prejudicado pela agitação no país.

Quem é contra a regulamentação do vape no Brasil?

Organizações de saúde estão fazendo campanha contra a regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil.

Newsletter

- Receba notícias em seu email

- Não compartilhamos emails com terceiros

- Cancele quando quiser

Últimas notícias

Médico compartilha vídeo com informações incorretas sobre cigarros eletrônicos

No Brasil muitos profissionais de saúde apresentam informações desconectadas da ciência e contribuem com a desinformação sobre o assunto no país.

Anvisa finaliza novo texto sobre regulamentação do vape no Brasil, mas decisão final fica para 2024

Resposta final sobre o tema foi prometida para 2023 e acabou sendo postergada pela quinta vez, agora para o ano que vem.

Novo projeto de lei quer regulamentar os cigarros eletrônicos no Brasil para proteger os jovens

Senadora Soraya Thronicke apresenta projeto de lei para regulamentar o comércio de cigarros eletrônicos no Brasil.

A lei brasileira sobre os cigarros eletrônicos e o panorama do país nos dias atuais

Conheça em detalhes a lei brasileira sobre cigarros eletrônicos e a situação geral do país em relação aos produtos.

Desinformação no vaping: Talvez estejamos apenas programados para acreditar no pior

Pesquisa mostra que nós somos programados para acreditar mais em informações pessimistas do que otimistas.