O tabagismo é considerado um vício, caracterizado pela dependência física e psicológica causadas pelo consumo de tabaco, principalmente através dos cigarros.

Primeiro é importante definir a palavra “vício” e distingui-la da palavra “dependência”. O “vício” é um comportamento que causa danos graves, como o tabagismo, o alcoolismo e o abuso de drogas. Mas quando utilizamos um produto com frequência, mas que não nos causa danos graves? Isso é uma dependência. Basta levar em consideração que muitas pessoas assumem uma dependência socialmente aceitável pelo açúcar e cafeína por exemplo. Nos cigarros eletrônicos pode ocorrer a dependência pela nicotina, mas não há um “vício” estabelecido, uma vez que não incorrem danos graves como perda de emprego, violência ou problemas graves de saúde.

Em segundo lugar, cigarros eletrônicos deveriam ser conhecidos por um nome diferente, como acontece em outros países. No caso do Brasil, o nome mais apropriado seria “vaporizador”.

São produtos sem qualquer ligação com os cigarros convencionais, além do óbvio formato e características visuais e de utilização completamente diferentes, jamais possuíram tabaco em sua composição, não produzem combustão e a única ligação em comum possível é a nicotina, porém existem líquidos para vaporizadores sem a substância ou com nicotina sintética, feita em laboratório sem o uso da planta de tabaco.

Cigarros possuem mais de 7.000 substâncias, muitas delas tóxicas e cancerígenas. Ele faz muito mal principalmente porque é consumido através da queima do tabaco. Já existem produtos sem combustão, que aquecem o tabaco ao invés de queimar, chamados de “tabaco aquecido” que mostram uma queda muito grande na produção de compostos nocivos, entre 90% a 95%. No caso dos cigarros eletrônicos, eles são ainda mais seguros, pois sequer possuem tabaco em sua composição, aquecendo e vaporizando líquidos especiais que criam um aerosol em forma de vapor. A ciência já sabe que eles oferecem apenas uma fração dos riscos dos cigarros convencionais e uma diminuição de danos entre 95% a 99%.

Pesquisas e revisões científicas estão concluindo ano após ano o papel importante que os vaporizadores tem no combate ao tabagismo. A Biblioteca Cochrane, uma das instituições mais respeitadas e confiáveis do mundo no campo de revisões científicas, concluiu em 2022 que “Há evidências de ALTA CERTEZA de que os vaporizadores com nicotina aumentam as taxas de abandono do tabagismo em comparação com os adesivos e gomas de mascar.“

Recentemente a Inglaterra lançou um programa inédito no mundo que vai distribuir cigarros eletrônicos gratuitamente para 1 milhão de fumantes, combatendo o tabagismo e buscando o objetivo de ter menos de 5% de sua população fumando até 2030.