Resumo do debate organizado pelo Poder360 – Cigarros eletrônicos – Por que rever a proibição é fundamental?

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Alexandro “Hazard” Lucian, jornalista e criador do Vaporaqui.net, foi convidado pelo Poder360 para participar de um debate no evento “Cigarros eletrônicos – Por que rever a proibição é fundamental?” realizado em Brasília no dia 14.12.2022.

Com apoio da BAT – British American Tobacco, o evento contou com a presença de mais 3 convidados: Dra. Alessandra Bastos Soares, consultora da BAT Brasil e ex-diretora da Anvisa, Jaime Recena, diretor de Relações Governamentais da Abrasel e Lauro Anhezini Jr., chefe de Relações Científicas e Regulatórias da BAT Brasil.

A moderação do debate foi realizada por Fernando Rodrigues, diretor de Redação do Poder360.

Além do auditório lotado, houve transmissão ao vivo pelo Youtube com participação de mais de 120 pessoas pelo chat. Até a data de publicação deste artigo, o vídeo contava com mais de 12 mil visualizações.

Você pode conferir a cobertura do evento realizada pelo próprio Poder360 através deste artigo.

Durante o debate foram abordadas questões fundamentais da situação do Brasil em relação aos cigarros eletrônicos. Enquanto existem muitas pessoas como Alexandro Lucian, que abandonou o tabagismo após mais de 15 anos sendo um fumante pesado, chegando a consumir mais de 3 maços de cigarros por dia, há também o consumo inadequado, em um cenário de proibição do comércio que só beneficia o mercado totalmente ilegal, com oferta de produtos sem qualquer controle sanitário ou garantia de qualidade.

Alessandra Bastos declarou que a proibição definida pela ANVISA em 2009 era compreensível à época, por conta das poucas informações disponíveis que não podiam comprovar os potenciais benefícios de uma regulamentação do comércio no Brasil. Porém, ressaltou que hoje temos dados concretos do resultado de países que optaram por permitir o comércio, desde que de forma estruturada e bem planejada. Em sua análise, o objetivo da ANVISA era resguardar a população, mas pode ter funcionado do avesso, por conta do grande consumo clandestino.

Lauro Anhezini lembrou que os riscos dos produtos no Brasil não estão sendo discutidos, já que sem uma regulamentação não há qualquer controle de produção, venda e consumo. Houve consenso entre os debatedores que o risco dos cigarros eletrônicos só pode ser considerado muito mais baixo, em torno de 95% menos prejudicial do que fumar, em países cujo comércio é regulado. Em nosso país, em um mercado 100% ilegal, o risco pode ser igual ou maior do que os cigarros convencionais.

Jaime Recena ressaltou que além da redução de danos à saúde, os cigarros eletrônicos trazem uma questão de negócios e contas públicas. O mercado movimenta 7 bilhões de reais por ano e assim o Governo deixa de arrecadar cerca de 2 bilhões anuais. Os produtos estão sendo consumidos em bares e restaurantes, que não possuem permissão para comercialização. Os locais sempre serviram de apoio para campanhas educativas com o álcool por exemplo, diminuindo os danos causados por esses produtos, como “se beber não dirija” ou o “motorista da vez”. Em seu entendimento, esse seria um ponto que os bares e restaurantes também poderiam auxiliar em relação aos cigarros eletrônicos.

Alexandro Lucian lembrou que mesmo em 2015, quando parou de fumar graças aos cigarros eletrônicos, já havia um comércio ilegal de fácil acesso, tanto pela Internet quanto em lojas físicas como tabacarias. Precisou então tomar uma decisão, para tentar abandonar o tabagismo, foi obrigado a apelar para esse mercado ilegal, sem qualquer garantia sanitária, o que comparou com uma “roleta russa”. Em sua experiência, já que há 7 anos está profundamente inserido nas mídias sociais e comunidades de consumidores, nenhum consumidor minimamente informado deseja um mercado não regulado, sem qualquer garantia de qualidade do que está sendo inalado.

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