Novo estudo mostra mínima diferença na saúde de pessoas que usam cigarros eletrônicos sem histórico de tabagismo em comparação com quem nunca consumiu nicotina

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Um novo estudo publicado na Nature, uma das mais respeitadas revistas do meio científico e acadêmico, apresenta informações importantes na compreensão dos reais impactos do uso de cigarros eletrônicos na saúde dos consumidores.

O Vaporaqui.net traduziu integralmente a pesquisa para o Português, que pode ser lida através deste link.

Intitulada de “Sintomas respiratórios entre usuários de cigarros eletrônicos sem histórico estabelecido de tabagismo na coorte VERITAS”, a pesquisa apresentou uma metodologia bastante diferente da tradicional, reunindo dois grupos distintos: adultos que usavam cigarros eletrônicos e aqueles que não usavam, mas com uma grande diferença, nenhum deles tinha histórico de tabagismo.

O mais comum são estudos que fazem um comparativo entre pessoas que consomem cigarros eletrônicos após ter parado de fumar cigarros tradicionais à combustão, mostrando uma significativa melhora na saúde e nos potenciais riscos e danos associados ao uso, desde que obviamente se tratem de produtos regulamentados e controlados.

No entanto, há uma questão importante que esses estudos podem não conseguir responder com exatidão: qual é exatamente o impacto exclusivo dos cigarros eletrônicos na saúde das pessoas quando ainda há uma influência do histórico do consumo de cigarros a combustão?

Esse é um tipo de trabalho que não pode ser feito através de ensaios clínicos, pois seria antiético selecionar pessoas que nunca fumaram e estabelecer um uso de cigarros eletrônicos somente para fins de pesquisa. No entanto, é possível buscar na sociedade pessoas que já tenham esse perfil e assim analisar os resultados.

Tal pesquisa também é importante pois faz um comparativo direto entre quem nunca fumou, mas passou a usar exclusivamente cigarros eletrônicos, com um grupo de controle, composto por aqueles que nunca utilizaram nada.

Um dos grandes argumentos de quem é contrário aos produtos e uma regulamentação que permita sua venda é de que são produtos que oferecem riscos similares ao cigarros tradicionais e que poderiam normatizar novamente o tabagismo, como é o que vemos com frequência na mídia, declarado por organizações e pessoas que defendem a proibição dos cigarros eletrônicos.

No entanto, o estudo mostra que pessoas que usaram apenas cigarros eletrônicos e mesmo que não tivesse um histórico de tabagismo estabelecido ou consumo regular de cigarros convencionais, tiveram apenas um pequeno aumento nos sintomas respiratórios, o que não foi clinicamente diferente daquelas pessoas que nunca utilizaram nenhum produto para consumo de nicotina.

Isso mostra que os cigarros eletrônicos, mesmo se usados por pessoas que nunca consumiram nenhum tipo de produto para entrega de nicotina, oferecem riscos à saúde tão pequenos que são clinicamente irrelevantes quando comparados com quem não consome nada.

É mais uma peça que se junta à um corpo robusto de evidências científicas que mostram que os cigarros eletrônicos, desde que regulamentados e controlados, não são inofensivos e oferecem riscos, porém tais riscos são compostos por apenas uma pequena fração daqueles de se fumar cigarros à combustão, o que já tem sido demonstrado por grandes revisões científicas.

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